Conheça a origem do símbolo máximo do Orgulho LGBTQIAP+.
Neste Mês do Orgulho, a bandeira do arco-íris vai surgir em toda parte com ainda mais pompa e circunstância. Mas como o fenômeno óptico, criado pela luz solar refletida em gotículas suspensas no ar se tornou esse verdadeiro ícone, uma bandeira mais conhecida do que a da maioria dos países do mundo?
Como muito da iconografia da comunidade queer, o estandarte surgiu no distrito The Castro, em San Francisco (saiba mais sobre o local aqui). A bandeira original foi criada em 1978, pelo designer e ativista Gilbert Baker para a campanha do então candidato a supervisor municipal, Harvey Milk, primeira pessoa abertamente homossexual a ser eleita para um cargo público nos EUA.
A primeirona tinha faixas em 8 cores, as 7 do arco-íris com o acréscimo do rosa. Cada cor tinha um significado: Rosa = Sexualidade; Vermelho = Vida; Laranja = Saúde; Amarelo = Sol; Verde = Natureza; Anil = Arte; Índigo = Serenidade e Violeta = Espírito. Não demorou muito para o rosa cair, por questões meramente práticas. Era mais fácil e barato encontrar tecidos nas demais cores, uma diferença de valor que contava muito para a relativamente modesta campanha de Milk.
Já em 1979, com Milk eleito e vítima da intolerância, a bandeira era lugar-comum por todo o distrito e já aparecia em outras regiões de San Francisco. Foi nesse período que o símbolo perdeu mais uma faixa, assumindo a versão com 6 cores que conhecemos hoje, adotada pela comunidade ao redor do mundo. Tecidos nas cores anil e índigo também não eram muito fáceis de conseguir e a saída encontrada foi substituir as duas cores por um mais popular azul.
Criador e criatura
Gilbert Baker nasceu em 2 de junho de 1951, no Estado norte-americano do Kansas, filho de um juiz e uma professora. Entre 1970 e 1972, Baker serviu no exército. Depois de ser dispensado com honras das forças armadas, ele aproveitou que estava estacionado em San Francisco e se estabeleceu no Castro.
Baker aprendeu a costurar sozinho e passou a usar suas novas habilidades para criar cartazes exibidos nos protestos anti-guerra e a favor dos direitos LGBTQIAPN+. Foi justamente nessas manifestações que ele conheceu e tornou-se grande amigo de Harvey Milk.
Em 1994, ele se mudou para Nova York, onde viveu até sua morte, em 31 de março de 2017, por causas naturais, aos 65 anos.