O caratê e o Brasil

O caratê e o Brasil

19/7/2023

O caratê chegou ao Novo Anhangabaú. Podemos dizer que ele está em casa no Centro de São Paulo. Por quê? Vem descobrir!

Imagine-se em 1908. Você acaba de cruzar o planeta Terra inteirinho, chegando a uma terra estranha, quente, com gentes totalmente diferentes de tudo que você já tinha visto na vida, falando uma língua que poderia muito bem ser alienígena. Foi assim que se sentiram os imigrantes japoneses a bordo do Kasato Maru ao chegarem ao Porto de Santos.

O Kasato Maru trouxe os primeiros imigrantes japoneses ao Brasil, em 1908

O que os movia nessa aventura era a esperança de prosperidade no novo país. Além de grandes expectativas, os recém-chegados também traziam na bagagem seus costumes e tradições. Entre eles, o caratê.

O caratê surgiu na província de Okinawa, localizada ao sul do Japão, no arquipélago Ryukyu, formado por outras 169 ilhas. Por muitos anos, a região havia sido uma colônia chinesa e, no século XVIII, quando Okinawa foi oficialmente anexada ao Japão, boa parte de sua população era composta por chineses e seus descendentes.

A histórica rivalidade entre japoneses e chineses não ajudou na proliferação caratê pelo país, afinal, parte das autoridades e da população torcia o nariz para uma arte marcial que tinha raízes em uma luta chinesa, o to-de. Tanto que somente em 1902 o caratê passou a ser considerado esporte no Japão, apenas 7 anos antes da chegada dos primeiros japoneses ao Brasil.

Treino de caratê em Okinawa (1938)

Essas pessoas se espalharam pelo interior de São Paulo e passaram a dedicar-se à agricultura, levando consigo a sua cultura. Nessas células japonesas espalhadas pelo estado, a prática do caratê passou a ser disseminada, inclusive entre imigrantes de fora de Okinawa (que nunca tinham ouvido falar da luta) e brasileiros que estivessem dispostos a aprender.

Curiosamente, nessa mesma época, o esporte deixava de ser uma prática exclusiva de Okinawa e se difundia pelo Japão. Assim, por incrível que pareça, o caratê se espalhou pelo Brasil e pelo Japão em paralelo!

Por aqui, a prática informal nas colônias nipônicas durou por várias décadas. Somente em 1956 foi aberta a primeira academia de ensinamento do caratê, por iniciativa do professor Mitsuke Harada. Esse primeiro dojô ficava no Centro de São Paulo(!), mais precisamente, na rua Quintino Bocaiúva.

Competição de caratê no Ibirapuera (1977)

A partir daí, diversos mestres japoneses (alguns que haviam chegado no Kasato Maru) seguiram o exemplo de Harada e fundaram academias em diversas partes do Brasil, como Rio de Janeiro, Brasília e Bahia. A rápida disseminação da arte marcial no país levou à fundação da Associação Brasileira de Karatê, já em 1960.

Hoje em dia, o caratê é praticado em todo o Brasil, com muitas academias, federações e associações dedicadas ao ensino e à promoção da arte marcial. São mais de 250 mil praticantes registrados no país, além de diversos atletas de destaque no cenário internacional, reafirmando a importância do Brasil no contexto do caratê mundial.

E agora, o Novo Anhangabaú te oferece a chance de liberar seu Daniel Larusso interior e se aprofundar no universo do caratê. Anota aí o serviço:

Caratê

Segundas-feiras

20h

Espaço Livre

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