Pra ajudar você a servir o realness da cena ballroom, criamos um pequeno glossário que, se não é legendary, certamente é um statement.
Anota aí: no dia 18 de maio vai rolar uma ball histórica no Novo Anhangabaú e quem não é sibling também está convidado! Pra você não está por dentro do movimento pegar as referências, criamos este microdicionário que ajuda a entender o básico dos termos, da estética e da história de acolhimento e resistência da cultura ballroom.
Cultura Ballroom: movimento LGBT+ negro, latino, periférico que tem como base principal o sistema de acolhimento através de houses, grupos com um mesmo ideal.
Ball: festa, celebração com direito a competição entre houses em diversas categorias, como vogue e desfiles.
House: grupo que acolhe pessoas da comunidade LGBT+. As houses surgiram no final da década de 1960, juntamente com a cena ballroom nova-iorquina, que deu origem a esse movimento global. Tradicionalmente, funcionam como uma família, oferecendo um suporte que, muitas vezes, seus membros não encontram em suas famílias biológicas.
Crystal LaBeija: mulher trans preta que começou o babado todo. Em 1968, Crystal estava bem cheia do preconceito que pessoas pretas e latinas encontravam nos concursos de drags, prioritariamente brancos, em Nova York e decidiu criar uma cena nova. Nascia a House of LaBeija, precursora de um dos conceitos mais marcantes da História LGBT+. A primeira ball como conhecemos veio pouco depois e tinha um nome absolutamente épico: Crystal & Lottie LaBeija presents the first annual House of LaBeija Ball. A house existe até hoje, segue lá: @officialhouseoflabeija.
Children/Siblings: são os membros das houses. Vale notar que, em inglês, essas palavras têm gênero neutro, servindo para filhos e filhas e irmãos e irmãs, respectivamente.
Mother/Father: pessoa que lidera a house, principalmente nos quesitos organização e acolhimento. O título nada tem a ver com o gênero de quem o carrega, um homem pode ser a Mother e uma mulher, o Father.
Butch: mulher masculina, normalmente lésbica.
Butch Queen: homem gay.
Legendary: trata-se de pessoa que tem história na cena, com muitos troféus de ball no currículo e um legado dentro do movimento.
Chop: ser “chopado” = ser eliminado de uma competição de uma ball.
Ruler: atual campeão de determinada categoria.
Star: mesmo sendo recente na comunidade, todo mundo já olha pra essa pessoa e reconhece seu talento.
Statement: um passo a mais pra se tornar uma lenda! Essa pessoa já está sendo conhecida em outros estados e conta com muitos admiradores, estando a mais ou menos 5 anos contribuindo com a cena.
Voguear: dançar qualquer uma das 3 modalidades de vogue (Pop, Dip, Spon, mais conhecidos como Old Way, New Way ou Vogue Femme).
Runway: categoria voltada para desfile de passarela. O look importa, seu carisma importa, mas o seu caminhar deve ser o mais exaltado! E não se esqueça, jamais caminhe no tempo da música!
Realness: categoria voltada à realidade, onde você mostra o quão parecido com o tema pedido você consegue se parecer e entregar.
Agora que você conhece um pouquinho da cultura ballroom, é só vir curtir a ball do Vale da Gente. Já vai se programando:
ATIVIDADE ESPECIAL: BALLROOM
18 de maio
Terra de Todos
19h