Ela superou uma infância traumática, a vida nas ruas do Centro de SP e o crack para se estabelecer como cantora, escritora e jornalista. Agora, Esmeralda Ortiz retorna ao Vale para apresentar seu samba.
Esmeralda Ortiz viveu o retrato da exclusão no Brasil. Desde muito cedo, a desigualdade social e uma desestrutura familiar severa trouxeram à menina de 5 anos a fantasia que a rua seria uma alternativa viável para uma vida mais feliz, livre dos abusos de toda a sorte que encontrava dentro de casa. Era na rua que, pedindo nas esquinas, levantava dinheiro para comprar material escolar.
Aos 8 anos, Esmeralda fugiu de casa de vez, embarcando em uma jornada tão ou mais sofrida pelas ruas de São Paulo. Uma infância arruinada pelo desamparo de uma vida ao relento, assombrada pela fome, a violência e o crack.
Entre a vida sem um teto sobre a cabeça e passagens pela Febem, Esmeralda sobreviveu por 10 anos à margem da sociedade.
Sua vida começou a mudar quando foi procurada pelo Projeto Travessia que, por meio de uma parceria com o Projeto Quixote e a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, ofereceu a primeira chance que a jovem recebeu na vida. Formou-se, assim, uma verdadeira rede de apoio para resgatar Esmeralda, formada por educadores, advogados e profissionais da saúde mental.
Esmeralda aproveitou essa oportunidade para se afastar de vez do crack, completar os estudos e começar no mercado de trabalho. Com muita dedicação e esforço, ela conseguiu se estabelecer como cantora, compositora, escritora, palestrante e jornalista.
O retorno ao Vale
Durante a década em que viveu nas ruas de São Paulo, Esmeralda Ortiz dormiu diversas noites sob o Viaduto do Chá.
Pulamos para 2023 e encontramos uma Esmeralda plena, com 3 livros e 1 álbum lançados, retornando ao Vale, desta vez, para se apresentar ao vivo no Vale um Samba de sábado, 30 de setembro, mandando seu repertório de samba de roda, choro e partido alto.
Então anota aí, vem curtir gratuitamente um samba da melhor qualidade e, de quebra, testemunhar um fechamento de ciclo digno de uma pessoa que representa de verdade o título de seu disco: Guerreira.
Vale um Samba: Esmeralda Ortiz
Sábado, 30 de setembro
15h
Terra de Todos
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