O circo é uma constante na nossa programação, semanalmente, com a atividade Introdução ao Circo. Para celebrar o seu dia, vamos contar a origem da data e um pouco da história do circo no Brasil.
Há registros de atividade circense na Grécia e no Egito antigos, mas os vestígios mais antigos de atrações de circo foram encontrados na China. Gravuras datadas de cerca de 5 mil anos mostram acrobatas, contorcionistas e equilibristas se apresentando. A força, flexibilidade e destreza exigidas por essas expressões artísticas também se relacionavam ao exército chinês da época, fazendo parte do treinamento militar. Em ocasiões festivas, soldados faziam exibições circenses para o imperador e seus convidados.
Curiosamente, o termo “circo” (praticamente um sinônimo de alegria) ganhou o mundo a partir do triste espetáculo das arenas da Roma Antiga, onde a “diversão” consistia em assistir gladiadores se matando entre si ou sendo dilacerados por feras. A palavra tem origem etimológica grega, da mesma raiz dos vocábulos “círculo” e “ciclo”, e foi adotada pelos romanos para batizar essas arenas, sendo o Circo Máximo a maior delas, por causa de seu formato circular.
O circo moderno (formado por artistas de modalidades diversas que se juntam para fazer apresentações itinerantes num picadeiro) tem origem na Inglaterra do século XVIII, a partir de trupes de saltimbancos. Por volta de 1768, esses grupos passaram a se reunir em palcos circulares para apresentações por diversas partes do país. Com o tempo, os saltimbancos deixaram de se limitar às terras inglesas e levaram seus shows a todo o continente europeu.
Em meados do século XIX, as guerras e a pobreza que se alastravam pela Europa forçaram várias dessas trupes de saltimbancos a se aventurar pelo (já nem tão) Novo Mundo, incluindo o Brasil. Segundo a historiadora Ermínia Silva, o primeiro circo propriamente dito a chegar às nossas terras foi o Circo Giuseppe Chiarini, em 1834. Antes disso, porém, havia atividade circense rolando no país, de forma menos estruturada e “formal”, trazida pelos ciganos.
Uma atração que, de fato, não colou por aqui foi o palhaço. A palhaçaria europeia era muito baseada em mímica, com uma maquiagem que, muitas vezes, trazia uma cara triste, tornando o palhaço num personagem tragicômico. Era preciso pensar em algo com mais cor local. Surgiu o palhaço brasileiro, um personagem falante, espertalhão, que se utiliza mais da comédia física para arrancar risadas.
O Dia Nacional do Circo no Brasil é justamente uma homenagem a um desses palhaços. Nascido Abelardo Pinto, no dia 27 de março de 1897, em Ribeirão Preto, o Palhaço Piolin é considerado o primeiro grande nome do circo brasileiro, tendo participação importante no movimento modernista de 1922, além de emprestar seu nome à primeira escola de circo do país.
O circo contemporâneo
Com o passar do tempo, o circo se reinventou, incorporando novas técnicas, tecnologias e linguagens artísticas, mas sem nunca perder sua essência de encantar e emocionar plateias de todas as idades. Em anos mais recentes, a ascensão meteórica do Cirque du Soleil levou a uma transformação no mundo circense, dos espetáculos mais elitizados aos mais humildes.
Além de um retorno às origens do circo chinês, que valoriza muito espetáculos de grande complexidade física, outra mudança mais notória foi o desaparecimento das atrações envolvendo animais, dando fim a uma centenária cultura de maus tratos praticada no mundo inteiro.
Hoje, o circo continua sendo um espaço de liberdade criativa, onde acrobatas, palhaços, malabaristas e tantos outros artistas podem dar asas à sua imaginação e talento. E você também pode fazer parte desse multiverso circense no Novo Anhangabaú, com aulas introdutórias gratuitas, para todas as idades, especialmente indicadas para quem tem zero experiência. Existe jeito melhor de trabalhar a coordenação motora do que se divertindo com o circo? Vem para o picadeiro com a gente:
Introdução ao Circo
Domingos
15h
Espaço Livre
