Defesa Pessoal

Defesa Pessoal

14/12/2023

A defesa pessoal retorna ao Novo Anhangabaú a partir de dezembro. Vem saber mais sobre esse movimento que, entre idas e vindas, já tem mais de século.

Conhecendo um pouco da história das iniciativas de promover a autodefesa, percebe-se como esse conceito está diretamente ligado à defesa pessoal  feminina. Serve, ainda, como um retrato claro de como, entre suados progressos e retrocessos movidos a ideias emboloradas, as sociedades avançam a passos de cágado . Ainda nos debatemos com questões que já eram consideradas ultrapassadas há mais de 100 anos.  

A primeira ideia de desenvolver um método de defesa pessoal exclusivamente feminino surgiu junto com o movimento sufragista ,que lutava pelo direito das mulheres ao voto nos EUA e Europa, no começo do século 20. A urbanização e a industrialização da sociedade americana nesse período levaram as mulheres a frequentar mais a escola e os ambientes de trabalho, o que naturalmente mexeu com masculinidades frágeis, trouxe “provocações” aos “instintos masculinos” e gerou um boom de agressões verbais, físicas e sexuais. Ao procurar as autoridades, as vítimas frequentemente descobriam que os homens no comando nem sempre estavam dispostos a tomar alguma atitude para mudar esse cenário.

Lembrando: estamos falando de 1900 e pouquinho.

Sem poder contar com os agentes do Estado, a ideia da autodefesa feminina ganhou força entre as mulheres brancas de classe média e alta, que podiam pagar por aulas de jiu-jitsu – o antigo, o japonês. A prática do boxe era trendy entre os homens urbanos da época, mas era considerada “masculina” demais para mulheres – apesar de haver defensores da ideia que o treino de boxe poderia “ajudar a conter a histeria feminina”. Assim, a arte marcial japonesa se estabeleceu como alternativa socialmente aceitável.

O debate levantado pelo movimento de autodefesa para mulheres lançou luz sobre a dura realidade que o desconhecido que surge, do nada, não é o perigo mais frequente que uma mulher pode encontrar ao longo da vida. O principal algoz costuma ser alguém do seu convívio, normalmente muito próximo. Esse entendimento mudou os rumos do movimento feminista, ampliando o espectro da ameaça para dentro de casa, até então vista – não sem certa dose de autoengano– como um porto seguro.

A ascensão dos movimentos feministas dos anos 1960 e 1990, trouxe ao mainstream a pauta da defesa pessoal para mulheres, que se mantinha restrita às mais engajadas. Nestas novas versões, o empoderamento físico das mulheres era apenas parte do discurso, que questionava frontalmente a própria estrutura social e as limitações impostas pelo machismo sistêmico. O feminismo como conhecemos hoje é uma evolução desses movimentos.

Paty Lage

Defesa pessoal no Novo Anhangabaú

Em pleno ano de 2023, a defesa pessoal para mulheres ainda é um aspecto importante da batalha pelo empoderamento feminino. Com isso em mente, o Novo Anhangabaú trabalha para levar, gratuitamente, a possibilidade de aprender técnicas de defesa pessoal a todos, mas especialmente às mulheres.

Todas as segundas-feiras, você pode aprender técnicas eficazes para escapar de um ataque, não importa o tamanho ou a força do agressor. E com a professora Paty Lage, apenas pentacampeã mundial de jiu-jitsu – o moderno, o brasileiro.

Defesa Pessoal

Segundas-feiras

19h

Espaço Livre

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