5 grandes mulheres que são nome de logradouros em SP

5 grandes mulheres que são nome de logradouros em SP

2/3/2023

Conheça um pouco da história de 5 mulheres com trajetórias de vida tão incríveis que se eternizaram ao emprestarem seus nomes a ruas, praças, avenidas…

Antes de começarmos, duas coisinhas: a lista contém 5 mulheres porque nossas listinhas são sempre de 5 tópicos, o que não significa que não haja uma gama de outras figuras femininas que poderiam estar aqui; a lista não tem nenhuma ordem de grandeza, não estamos comparando pessoas, só contando um pouco sobre elas.

Entendido? Então comecemos…

Um levantamento de 2019, realizado pelo jornal Folha de S. Paulo, concluiu que, de todos os logradouros da cidade de São Paulo, somente 16% são batizados com nomes femininos. Dentro dessa baixa porcentagem, mais de 60% são nomes de santas ou designações católicas. Outra tendência, essa mais relacionada a ruas antigas, são as que têm o título de “dona”, muitas delas são homenagens a mães ou esposas de homens ricos.

Ou seja, há um número muito baixo de ruas da cidade de São Paulo com nomes de mulheres que são homenageadas por feitos próprios, não envolvendo relações de família ou com o divino. Vamos conhecer uma pouco mais sobre cinco delas:

Anita Garibaldi, pelo pintor e soldado italiano Gerolamo Induno (1849)

5. Anita Garibaldi

Nascida em 1821, na cidade de Laguna, Santa Catarina, Anita Garibaldi tornou-se uma figura lendária por seu papel na Revolução Farroupilha. Ela se uniu aos rebeldes em 1839, antes mesmo da revolução eclodir de fato, e não demorou para se destacar como uma guerreira destemida, lutando lado a lado com seu marido, o líder revolucionário Giuseppe Garibaldi, em diversas batalhas.

Em 1842, o casal Garibaldi, muito visado pelas forças do Império, é dispensado pelos revolucionários e parte para o Uruguai, onde vive numa fazenda até 1848, quando atravessa o Atlântico rumo à Itália para participar da revolta que buscava unificar o país.

Em 1849, as tropas lideradas por Giuseppe são derrotadas em Roma, obrigando o casal a bater em retirada. Durante a fuga, Anita é acometida de febre tifoide e acaba por falecer da doença, aos 27 anos, grávida do quinto filho.

Pérola Byington

4. Pérola Byington

Pérola Ellis Byington nasceu em Santa Bárbara d’Oeste, interior de São Paulo, em 3 de dezembro de 1879. Filha de imigrantes norte-americanos, se destacou como filantropa e ativista social, principalmente por encabeçar uma iniciativa de combate à mortalidade infantil, a Cruzada Pró-Infância, durante 33 anos.

Em 1932, Pérola teve participação ativa e destacada na Revolução Constitucionalista. Durante o levante, sua Cruzada confeccionou ataduras e roupas para os soldados paulistas, além de prestar serviços de assistência social e arrecadação de donativos para as famílias dos combatentes.

Anos mais tarde, em 1959, foi inaugurado o Hospital Cruzada Pró-Infância em São Paulo, que, já em 1963, foi rebatizado de Hospital Pérola Byington. Até hoje, a instituição se dedica ao atendimento à mulher e é referência no acolhimento e tratamento de vítimas de violência sexual.

Lina Bo Bardi no canteiro de obras do MASP

3. Lina Bo Bardi

Nascida em Roma, em 5 de dezembro de 1914, Achillina Bo formou-se, em 1940, na Faculdade de Arquitetura da Universidade de Roma, uma instituição reconhecida por sua orientação tradicionalista, muito valorizada pelo governo fascista que comandava o país. Descontente com a tendência retrógrada da cena romana, ela se transfere para Milão. Por lá, se torna diretora da Revista Domus e começa a atuar politicamente, tomando parte na resistência à ocupação alemã durante a Segunda Guerra Mundial e colaborando com o Partido Comunista Italiano que atuava na clandestinidade.

Com o fim da guerra, casa-se, em 1946, com o crítico e historiador da arte Pietro Maria Bardi. Com ele, muda-se para o Brasil, sua “pátria de escolha", como ela mesma costumava dizer. Naturalizada brasileira, Lina Bo Bardi torna-se um dos nomes mais importantes da arquitetura do país, exercitando sua visão moderna.

Lina é mais conhecida pelo projeto do Museu de Arte de São Paulo, com seu arrojado vão livre, mas suas obras inovadoras não se resumem ao MASP. Entre seus projetos mais icônicos, destacam-se também a restauração do Solar do Unhão, na Bahia, e o SESC Pompeia.

Célia Helena

2. Célia Helena

Nasceu Célia Camargo Silva, em 13 de março de 1936, na cidade de São Paulo. Diferentemente da trajetória tradicional de atores e atrizes, Célia Helena começou sua carreira no cinema (no filme Fatalidade, dirigido por Jacques Marret, em 1953) e só depois atuou em teatro, onde fez história.

Após passar pelos principais movimentos de vanguarda teatral nos anos 1960 – participando ativamente do Teatro de Arena, Opinião e Oficina – inicia, em 1972,  sua iniciativa pioneira de formação de jovens, por meio de um teatro voltado a um propósito social e educacional, formando atores cidadãos.

Em 1977, esse trabalho se consolida no Teatro Célia Helena, com cursos de orientação teatral. Até os dias de hoje, o Célia Helena Centro de Artes e Educação é um dos mais tradicionais centros de formação de atores do país.

Anália Franco

1. Anália Franco

Escritora, professora e jornalista, Anália Franco Bastos nasceu em Resende, em 1º de fevereiro de 1856. Em seus 62 anos de vida, ergueu uma obra social gigante, fundando apenas mais de 70 escolas, 23 orfanatos, 2 albergues, uma banda musical feminina, uma orquestra e um grupo dramático.

Colaboradora de jornais literários e da imprensa feminista, Anália Franco sempre foi muito atuante no fronte da igualdade de gênero. Em 1901, inaugurou a Associação Feminina Beneficente e Instrutiva, um projeto que levava alfabetização e assistência social a mulheres em situação de vulnerabilidade socioeconômica. Já em 1903, foi pioneira na criação de creches para que mulheres trabalhadoras pudessem deixar seus filhos.

Merecidamente, foi homenageada na cidade de São Paulo não somente com uma avenida em seu nome, mas, também, com um bairro inteiro: o Jardim Anália Franco.

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