5 Lendas urbanas do Centro de SP

5 Lendas urbanas do Centro de SP

6/4/2023

Aproveitamos o 1º de abril para conhecer algumas das mais marcantes lendas urbanas do Centro. Elas se configuram como “mentira”? Bom, os mais corajosos podem usar este artigo como guia para conferir pessoalmente…

Pensando em celebrar um 1º de abril diferente, optamos por falar sobre algumas das lendas urbanas do nosso querido Centro. Afinal, a lenda urbana circula pelo terreno do duvidoso,  do “isso é mentira, mas vai que…”. Nossa pesquisa trouxe um apanhado de histórias tão SINISTRAS (sim, com Caps Lock) que pensamos em guardá-las para o Halloween. Mas quem aguenta esperar até outubro?

Além disso, nada mais natural do que lendas urbanas terem uma tendência para o assustador, pois, apesar de terem cenários mais modernos e próximos a nós, elas fazem parte do folclore, mundialmente famoso por conter alguns dos contos mais horripilantes que a humanidade já concebeu. Inclusive, os folcloristas têm algumas teorias sobre os motivos disso. A principal delas fala sobre a função “educativa” das histórias transmitidas pela tradição oral de mostrar ao ouvinte que tem um mundo perigoso lá fora e que aceitar doces (literais ou não) de estranhos pode ter resultados trágicos. Outra hipótese é o popular “quem conta um conto, aumenta um ponto”, ou seja, as histórias vão ficando cada vez mais macabras conforme são recontadas ao longo dos tempos e essa é uma das razões para que elas sejam eternas.

Isso posto, prepare seu coração para conhecer 5 lendas urbanas do Centro de São Paulo:

5. Castelinho da Rua Apa

Somente sua anacrônica arquitetura medieval já tornaria o Castelinho um point para a criação de lendas urbanas. Some-se a isso o fato de ter sido cenário de um crime que chocou a sociedade paulistana e temos o endereço perfeito para a atividade paranormal.

Localizado na esquina da Av. São João com a Rua Apa, o curioso imóvel pertenceu à abastada família “dos Reis” até 1937, quando eventos até hoje não esclarecidos a dizimaram por completo. Certa noite de maio daquele ano, foram encontrados os corpos da matriarca Maria Cândida Guimarães dos Reis e de seus dois filhos, Armando César dos Reis e Álvaro dos Reis.

A investigação inicial da polícia indicava que uma discussão entre os irmãos (especula-se que motivada por uma disputa pelo comando dos negócios da família, herdados do pai, Virgílio Guimarães dos Reis, falecido dois meses antes) teria sido estopim para que Armando matasse a tiros a mãe e o irmão e tirasse a própria vida em seguida.

No entanto, laudos periciais revelados posteriormente dinamitaram essa versão. Duas das quatro balas encontradas no corpo de dona Maria Cândida não pertenciam à pistola de Armando, única arma encontrada na cena do crime. Além disso, Armando tinha dois ferimentos a bala no peito, algo extremamente raro em casos de suicídio. Passados mais de 80 anos, o crime segue sem solução.

Desde esse episódio estarrecedor, testemunhas afirmam ouvir brigas, portas batendo e pedidos de socorro vindos de dentro do Castelinho, principalmente durante a madrugada.

4. As 13 almas do Joelma

Cenários de tragédias também são solo fértil para o crescimento de lendas urbanas. E, se existe em São Paulo um lugar que é sinônimo de tragédia, esse lugar é o Edifício Joelma.

Inaugurado em 1972, o prédio foi alugado por um banco de investimentos e tinha um fluxo diário na casa das centenas de pessoas. Em 1º de fevereiro de 1974, um gigantesco incêndio – iniciado por um curto-circuito no sistema de ar condicionado do 12º andar, segundo laudos de perícia – tomou conta do edifício, ceifando 187 vida e deixando mais de 300 feridos, figurando até o hoje como o maior incêndio da capital.

O terrível acontecimento fez surgir a lenda de que o terreno em si seria amaldiçoado, dando origem a uma série de relatos sobre tragédias retroativas que teriam acontecido no fatídico endereço. Uma das mais contadas é a do professor que, em 1948, teria matado a mãe e as duas irmãs, jogado os corpos em poço no próprio terreno e dado fim à própria vida.

Depois do incêndio, o edifício foi restaurado, rebatizado de Edifício Praça da Bandeira, nome que carrega até hoje, e passou a abrigar escritórios e salas comerciais. Não é incomum ouvir falar de relatos de funcionários e frequentadores que afirmam terem visto aparições, portas e janelas que abrem e fecham sozinhas, além de ouvirem vozes e gritos de petrificar o coração.

Segundo a lenda, esses fenômenos são causados pelas 13 almas do Joelma (o número varia de acordo com a versão), pessoas que, durante o incêndio, teriam tentado escapar pelo elevador, mas acabaram ficando presas e morrendo carbonizadas.

3. Os fantasmas famosos do Cemitério da Consolação

Existe lugar mais propício para o surgimento de lendas urbanas do que um cemitério?

Fundado em 1858, o Cemitério da Consolação tem mais de 76 mil metros quadrados e é o último endereço de diversos grandes nomes de São Paulo e do Brasil, como Mário de Andrade, Ramos de Azevedo, Marquesa de Santos e Líbero Badaró. A necrópole também é famosa por seus jazigos ornamentados por obras de escultores consagrados.

Foi justamente no mais suntuoso desses jazigos que aconteceu o primeiro fato “incomum” a ganhar destaque no inconsciente popular paulistano. O mausoléu da família Matarazzo fica praticamente nos fundos do cemitério, tem 3 andares de altura e expõe algumas das mais belas esculturas do local. Certa vez, durante o sepultamento de uma das mulheres da família, um dos coveiros teve um infarto e morreu na hora. Desde então, um certo funcionário fantasma literal tem sido visto cuidando dos arredores do mausoléu. E você achando que só os faraós levavam gente para servi-los no além-vida…

Mas é claro que o devotado trabalhador não é a única alma penada que habita o Cemitério da Consolação. Funcionários e visitantes relatam terem visto fantasmas de algumas das figuras célebres enterradas por lá. As aparições mais frequentes são a Marquesa de Santos, Monteiro Lobato e Tarsila do Amaral.

2. O prefessor fantasma da Faculdade de Direito Largo São Francisco

Inaugurada em 1827, a instituição foi criada por D. Pedro I para fomentar a formação de mais advogados no país. Inicialmente, a faculdade foi estabelecida em um convento, antes de ser transferida para o prédio marcante que a abriga até os dias de hoje, ocupado anteriormente por monges católicos.

A lenda urbana da faculdade gira em torno de Julius Frank, um professor alemão muito querido pelos alunos, tanto que sua morte, em 1841, causou grande comoção entre eles. Depois de uma certa celeuma sobre onde enterrar o mestre falecido (na época, era um grande problema sepultar um protestante em solo católico), Frank encontrou seu repouso final nas dependências da própria faculdade, em um túmulo financiado por seus estudantes.

Segundo funcionários e alunos, Julius Frank ainda perambula pelos corredores da faculdade e pode ser ouvido com certa frequência, discutindo política com os fantasmas de ex-alunos da instituição. Diferente das demais assombrações desta lista, o professor alemão não assusta os frequentadores, apenas empresta uma pegada Hogwarts à instituição.

1. As apresentações fora de hora do Theatro Municipal

Um prédio centenário, imponente e em estilo gótico é um prato cheio para espíritos inquietos (ou para ativar os centros de medo do cérebro humano, dependendo do grau de ceticismo do freguês). Como o Theatro Municipal dá check com louvor nos três quesitos, não surpreende que seja palco (perdão pelo trocadilho) de acontecimentos inexplicáveis.

No decorrer dos 112 anos de história do teatro, diversos relatos assustadores (a maior parte de vigilantes noturnos do prédio) vieram à tona e tornaram-se assunto de conversas por toda a cidade, alguns viraram até notícia de jornal, alimento perfeito para uma lenda urbana duradoura.

Curiosamente, as experiências estranhas vividas pelas testemunhas sempre envolvem a natureza artística do prédio. De movimentações nos camarins e nas coxias a luzes que se acendem no palco, passando por monólogos vindos de lugares vazios e pianos que tocam sozinhos. Há quem diga que o local é assombrado por fantasmas de artistas que lá se apresentaram no passado.

Eu vejo gente viva

Para quem tem interesse em folclore urbano e no sobrenatural, um tour pelo Centro é garantia de uma experiência, no mínimo, curiosa. E, novamente, vai que, né? Você pode ser mais uma testemunha de fenômenos inexplicáveis que vão seguir alimentando essas lendas urbanas.

Agora, se o seu lance é gente viva, esporte, cultura e diversão, dá uma passadinha no Novo Anhangabaú. Nossas noites são repletas de atividades (nenhuma delas paranormal) para fechar seu dia com muita energia boa.

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