Há um gênero teatral para cada paixão e cada história a ser contada.
O teatro é uma forma de expressão que remonta a tempos ancestrais, sendo uma das mais antigas e influentes manifestações culturais da humanidade. No entanto, foi na Grécia Antiga, por volta do século VI Antes da Era Cristã, que ele se tornou uma arte estruturada e organizada. Uma das “regras” mais marcantes do teatro grego é a possibilidade de somente dois gêneros de peças: tragédia e comédia.
A tragédia tratava de temas mais relacionados às mudanças na vida das pessoas (ou deuses/semideuses), seus desafios e tribulações. Enquanto comédia tinha o intuito de fazer críticas sociais e de costumes por meio do humor. Com o passar dos séculos, a tragédia foi perdendo espaço para o drama, que tratava dos mesmos tópicos de forma menos… bom… trágica.
Assim, ao longo de todos esses anos, o drama e a comédia têm sido as linguagens predominantes do teatro. Mas nem só de ser ou não ser e gargalhadas vivem os palcos mundo afora. Conheça alguns gêneros/linguagens teatrais repletos de história e possibilidades criativas:
5. Musical
O combo teatro, música e dança existe desde sempre, mas o musical como conhecemos hoje surgiu no século XVIII, mais precisamente em 1729, com a peça A Ópera do Mendigo, do britânico John Gay.
Claro que, nessa época, já existiam a ópera e a opereta. O que tornava a obra de John Gay diferente era a combinação de atuação dramática com canto e dança, enquanto os dois estilos tradicionais eram somente cantados. Ou seja, Gay foi o criador do momento “de repente, o pessoal sai cantando” que levou aos luxuosos espetáculos da Broadway e chegou até o cinema.
O formato chegou ao Brasil no final do século XIX, ganhando uma roupagem nacional que ficou conhecida como Teatro de Revista.
4. Vaudeville
O Teatro Vaudeville é um gênero de entretenimento popular surgido na França, no final do século XIX, inicialmente chamado “voix de ville” (voz da cidade). O formato consiste de uma série de atos sem nenhuma ligação um com o outro, com uma mistura inusitada de esquetes cômicas, apresentações de cantores populares, acrobatas, números de dança e o que mais estiver disponível aos organizadores.
Esse estilo viveu seu auge de popularidade nos Estados Unidos e Canadá, do início do século XX até os anos 1930. Nos EUA, o Vaudeville degringolou para práticas mais do que condenáveis para atrair o público, como o abuso de pessoas com deficiência em shows de “aberrações” e apresentações racistas com blackface. Mas também saíram coisas boas desse gênero teatral, como o comediante Buster Keaton e o ilusionista Harry Houdini.
Nos dias de hoje, esse teatro de variedades ainda existe, em uma versão livre de espetáculos preconceituosos que abre espaço de visibilidade (e fonte de renda) para artistas independentes.
3. Nô
O Nô é uma forma tradicional de teatro japonês com uma história rica que remonta ao século XIV. É uma combinação única de teatro, dança, música e poesia, com ênfase na simplicidade, simbolismo e elegância. As performances seguem um regramento rígido e tradicional, derivado do budismo e do xintoísmo, e devem ser realizadas em um palco com design específico, com pouco ou nenhum cenário.
As peças de Nô geralmente contam histórias baseadas em lendas, contos populares ou eventos históricos. Os atores usam máscaras para representar diferentes personagens e expressar emoções sutis através de movimentos corporais precisos e gestos elegantes. A música, tocada em instrumentos tradicionais como o tambor, a flauta e o alaúde, acompanha a ação no palco e contribui para criar uma atmosfera espiritual.
O teatro Nô é praticado até hoje nas principais cidades japonesas, mantendo-se como uma janela fascinante para a cultura e a história do país.
2. Teatro de sombras
O teatro de sombras é uma expressão artística milenar surgida na China e com grande importância cultural em todo o sudeste asiático. A técnica consiste na utilização de figuras recortadas para criar histórias e cenas sobre um pano translúcido, iluminado por trás. O narrador ou manipulador habilidoso posiciona as figuras entre uma fonte de luz e a tela, projetando suas sombras para a audiência, criando uma experiência teatral lúdica, quase mágica.
No decorrer dos séculos, o teatro de sombras, além de uma forma de arte, também se mostrou uma ferramenta de preservação de contos tradicionais e mitos, transmitindo cultura e sabedoria de geração em geração.
Atualmente, o teatro de sombras continua a ser apreciado em festivais, apresentações escolares e eventos culturais. Artistas contemporâneos também têm explorado novas técnicas e abordagens para essa forma de arte, incorporando tecnologia e projeções de vídeo, mantendo viva a rica tradição do teatro de sombras, com um pé no mundo moderno.
1. Avant-Garde
O nome vem do francês e significa vanguarda. É uma versão artística do termo originalmente usado pelos militares para denominar as tropas que iam à frente no combate.
Originado no final do século XIX e se estendendo até o século XX, o teatro Avant-Garde, ou vanguardista, é uma forma de expressão artística inovadora e experimental (estar à frente, sacou?), que desafia as convenções tradicionais das artes cênicas., buscando romper com as estruturas teatrais estabelecidas, propondo novas abordagens estéticas e narrativas. Esse estilo de teatro explora temas complexos e conceitos abstratos, desafiando o espectador.
Quer saber mais sobre essa arte tão antiga e tão atual? No Novo Anhangabaú tem várias atividades (regulares e especiais) voltadas a quem quer chegar mais perto do teatro para conhecer seus bastidores, aprender ou se aperfeiçoar:
Corpo Território
Terças-feiras
19h
Espaço Livre
Oficina de Teatro
Sábados
10h
Espaço Livre
Teatro Amar (Atividade Especial)
Quarta-feira, 9 de agosto
19h
Espaço Livre
Teatro Corpos Territórios (Atividade Especial)
Quarta-feira, 30 de agosto
19h
Espaço Livre