Karaokê: o início de um sonho | deu tudo certo

Karaokê: o início de um sonho | deu tudo certo

16/2/2024

Todo mundo sabe o que é e de onde veio o karaokê. Mas e quem o inventou? E quando? Vamos aproveitar a chegada dessa novidade na programação do Novo Anhangabaú para contar tudo isso pra você. 

A menos que você tenha chegado de Marte esses dias, você sabe o que é um karaokê. Aquela maquininha poderosa que transforma qualquer um num cantor expressivo, capaz de agudos dilacerantes e de atingir notas que fariam Freddie Mercury dar duplos twists carpados. 

Mas e o Daisuke Inoue, você conhece? Provavelmente não. 

Tal qual Martin Luther King, Daisuke tinha um sonho, “ensinar o mundo a cantar em harmonia”, nas palavras dele. Para realizá-lo, o então baterista de uma boate em Kobe criou, em 1971, o Juke 8, uma engenhoca que trazia as bases instrumentais das canções (gravadas por sua própria banda) e um microfone acoplado, permitindo que as pessoas pudessem soltar a voz. Apesar de ainda não ter esse nome, o músico tinha acabado de inventar o karaokê.

O início de um sonho | Deu tudo certo

O inventor começou a alugar sua criação para bares na sua cidade natal, com direito a fornecimento de novas músicas para o repertório do Juke 8, que vinham na forma de cartuchos muito parecidos com os dos antigos videogames. Nos bares, as pessoas inseriam uma moeda de 100 yens, colocavam o cartucho de sua música favorita e libertavam sua Whitney Houston interior. 

Não demorou para a curiosa maquininha de Inoue-san virar febre e se espalhar por todo o Japão, um preview da dominação mundial que viria nas décadas seguintes. Dá para imaginar que nosso inventor ficou bonito na foto, né? Afinal, havia um karaokê em praticamente todo bar, restaurante, boate, clube, banho público e festinha de criança de seu país. O homem devia estar nadando em dinheiro. Bem, não exatamente…

Como todo sonhador que se preze, Daisuke Inoue só queria soltar seu sonho no mundo, levar diversão para as pessoas. Assim, ele jamais patenteou sua invenção. E não foi por falta de informação ou ingenuidade, foi de caso pensado, ele queria mesmo que qualquer um pudesse fabricar, comercializar e disseminar sua obra prima.

E seu desejo foi plenamente atendido. As máquinas que, inicialmente, tomaram o Japão eram feitas por qualquer um capaz de fazer a engenharia reversa do Juke 8, o famoso caso do “copia, mas faz diferente”. Com o passar dos anos, até as grandes corporações de produtos eletrônicos passaram a fabricar equipamentos de karaokê.

Em 1999, a Time Magazine reconheceu a importância da máquina musical de Daisuke Inoue, colocando-o entre as Pessoas Asiáticas Mais Influentes do Século 20. Cinco anos depois, Inoue-san foi laureado com o Ig Nobel da Paz por ter criado “uma maneira inteiramente nova para as pessoas aprenderem a tolerar umas às outras”. No recebimento do prêmio, o inventor entrou completamente no espírito de zueira da premiação e fez toda a plateia rir com seu discurso. Ah, e ele também foi aplaudido de pé por sua indiscutível contribuição para a humanidade.

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